O que é ‘Come-Cotas’

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By Matheus Moreira Campos

Entenda tudo sobre o “Come-Cotas” e como esse recolhimento de impostos afeta seus investimentos

O Imposto de Renda é algo que incomoda os investidores e gera muitas dúvidas já que cada aplicação tem suas regras para a cobrança do imposto. Quando falamos em Fundos de Investimento, a cobrança pode aparecer em forma de resgate no extrato do investidor. Esse é o Come-Cotas.

Apesar de ter que pagar compulsoriamente, é possível se programar, já que o come-cotas acontece duas vezes ao ano e em meses já definidos: maio e novembro. 

Neste artigo falaremos tudo que você precisa saber sobre o come-cotas e como ele pode afetar os seus rendimentos e investimentos.

O que é o Come-Cotas

Come-cotas nada mais é que o recolhimento periódico de imposto de renda sobre os rendimentos de determinados fundos de investimento.

Há uma tributação automática a cada 6 meses sobre os rendimentos apurados naquele período. Para que a cobrança possa acontecer, a Receita Federal “morde” uma parte de cotas do cliente na proporção do imposto devido, que é retido na fonte. Daí vem a origem do nome “Come-Cotas”.

É importante ressaltar que o come-cotas incide apenas sobre a valorização do patrimônio (rendimentos), e não sobre o valor total investido no fundo. Dessa forma, a cobrança do tributo só vai ocorrer se o fundo contabilizar lucro no intervalo.

Quando se cobra o come-cotas

A cobrança automática do imposto ocorre duas vezes ao ano, sempre no último dia útil de maio e novembro.

A cobrança também pode acontecer caso o investidor resgatar valores do fundo em qualquer data antes do recolhimento compulsório.

Apesar disso, no caso de resgate, a tributação se dá de forma total de acordo com as alíquotas previstas conforme a classificação do fundo de investimento, seja ele de curto ou longo prazo.

Alíquotas:

Existem duas alíquotas vigentes:

  • Fundos de Curto Prazo (quando a carteira tem títulos num horizonte médio igual ou menor que 1 ano): 20%
  • Fundos de Longo Prazo (vencimento médio acima de 1 ano): 15%

Tipos de Fundos onde incide o Come-Cotas

Uma grande parte dos fundos têm incidência de come-cotas, entre eles os portfólios de Renda Fixa que engloba os DI, ouro, fundos multimercados, fundos cambiais e fundos de crédito privado.

Já a exceção são os Fundos de Ações, Fundos Fechados e de Previdência em que a cobrança do IR é feita no resgate, além dos Fundos Imobiliários e de Debêntures Incentivadas, que possuem isenção de imposto sobre os rendimentos para pessoa física (com algumas condições).

Regras para a Tributação

Os fundos que sofrem a incidência do Come-Cotas seguem uma tabela regressiva de alíquotas, ou seja, quanto mais tempo o dinheiro permanece investido, menor é o imposto. 

A tabela abaixo mostra as Alíquotas.

Vale lembrar que existem duas classificações de fundos: curto e longo prazo.

Nos fundos de curto prazo, considere as Alíquotas de “Até 180 dias” e “de 181 a 360”.

Já nos fundos de longo prazo, considere a tabela completa, inclusive se você precisar fazer o resgate no curto prazo (menos de 1 ano).

Como ter certeza que um fundo paga ou não o Come-Cotas

Ao decidir investir em um Fundo de Investimento, você recebe seu regulamento, e nesse documento estão todas as informações que você precisa saber sobre aquele fundo, inclusive se ele paga o come-cotas.

Esses documentos são como um manual de instrução e é super importante ler. Porém, trata-se de um documento extenso. Nesse sentido, um Assessor de Investimentos pode te ajudar. Além disso, você também pode iniciar sua pesquisa lendo a “lâmina do fundo”, que vai trazer de forma resumida as características do portfólio do fundo.

Impacto do Come-Cotas

Como estamos falando de um pagamento antecipado de imposto, realizado em maio e novembro, de forma prática o imposto reduz sua quantidade de cotas que ficariam se valorizando ao longo do tempo. Ou seja, você perde um pouco de rentabilidade

Vale a pena investir em Fundos de Investimento que têm Come-Cotas?

A resposta é: depende! O ideal é sentar e fazer contas. E para isso é necessário observar os históricos de rentabilidade do Fundo para saber se a possibilidade de ganhos são maiores do que outros investimentos com o mesmo nível de segurança e risco. Vale lembrar que histórico de rentabilidade não é sinônimo de rentabilidade futura. Ele pode dar uma perspectiva, mas não significa que aquele rendimento vai se repetir.

Outra possibilidade é falar com um profissional do mercado financeiro como um Assessor de Investimentos, que ‘respira’ o mercado o tempo todo! Esse profissional pode te ajudar muito trazendo um entendimento claro se vale ou não a pena investir em determinado fundo, e isso agiliza sua tomada de decisão, além de trazer a segurança de uma “segunda opinião”. Assim como olhar a rentabilidade passada não garante a rentabilidade futura, um Assessor de Investimentos não é garantia de risco 0. O Assessor tem um papel mais educacional e também de trazer as informações mais “mastigadas” para que você tome suas decisões!

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