A Bolsa de Valores tem suas raízes em um passado mais distante do que muitos imaginam. No século XV, as primeiras bolsas começaram a surgir. Além disso, suas funções inicialmente estavam limitadas à negociação de moedas, letras de câmbio e metais preciosos, uma prática que perdurou até o século XVII.
Nesse período, o comércio de papéis deixou de ocorrer ao ar livre, nas ruas e calçadas, ganhando um espaço próprio. Posteriormente, em 1285, no edifício da família Van der Buerse, em Bruges, um grupo influente composto por mercadores, armadores e agentes de câmbio se reunia regularmente para realizar operações financeiras entre si.
É notável destacar que a palavra “bolsa” no contexto comercial e financeiro tem suas origens no final do século XIII, derivando do nome da nobre família belga Van der Burse. Além disso, o brasão de armas dessa família ostentava três bolsas. Em Bruges, as casas eram reconhecidas pelos desenhos que as identificavam, levando à extensão do termo “Bolsa” para designar os locais de transações comerciais.
Primeira Bolsa de Valores
A Bolsa da Antuérpia, estabelecida na Bélgica em 1531, é considerada a pioneira entre as bolsas oficiais, focalizando-se na negociação de empréstimos. Contudo, a primeira ação oficialmente registrada em uma bolsa de valores pertenceu à Companhia Holandesa das Índias Orientais e foi transacionada em 1602 na prestigiada Bolsa de Amsterdã. Em 1571, a Inglaterra introduziu a Bolsa de Londres (Royal Exchange), enquanto nos Estados Unidos, a Bolsa de Nova York surgiu apenas em 1792.
Primeira bolha financeira: Bolha das Tulipas
Em 1593, as icônicas tulipas holandesas, símbolo nacional do país, foram responsáveis pelo surgimento da primeira bolha financeira. Além disso, o fascínio por essas flores levou a especulações desenfreadas e preços exorbitantes, culminando no colapso da bolha durante o inverno de 1636-1637. A sazonalidade peculiar das tulipas e, simultaneamente, a prática de venda de contratos relacionados a essas flores contribuíram significativamente para o desencadeamento do colapso, resultando em uma prolongada depressão econômica.
Criação da Bolsa de Valores no Brasil
A trajetória da Bolsa de Valores no Brasil abrange mais de um século. Em 1843, o Ministro da Fazenda Alves Branco estabeleceu a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, destinada à negociação de títulos públicos. Posteriormente, em 23 de agosto de 1890, o presidente Emílio Rangel Pestana inaugurou a Bolsa Livre, considerada o embrião da renomada Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Até meados da década de 1960, o Brasil abrigava 27 bolsas de valores, sendo a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro a mais proeminente. Contudo, devido à crise econômica na década de 1970, a BVRJ gradualmente perdeu espaço para a Bovespa. Em 2000, uma integração abrangente das bolsas brasileiras consolidou a Bovespa como o principal mercado de ações no país.
Evolução da Bolsa de Valores
Em 2009, a B3 iniciou um processo de modernização, substituindo a tradicional imagem do pregão viva-voz por terminais nas corretoras de valores.
Importância
Sob a supervisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a B3 – Brasil, Bolsa, Balcão desempenha um papel crucial como o principal mercado para a negociação de ações no Brasil. Além disso, em 2017, alcançou o status de quinta maior bolsa global nos mercados de capitais e financeiro.
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