Criptomoedas: Guia completo para iniciantes

Photo of author

By Paulo Faria

As manchetes nos brindam com oscilações vertiginosas das criptomoedas. Entre elas, o Bitcoin reina como a mais conhecida, mas outras tantas conquistam relevância e atraem o interesse dos investidores. Mas, afinal, o que são criptomoedas? Como funcionam esses ativos e como investir neles?

Neste guia, você encontrará

  • O que são criptomoedas e para que servem
  • O que é mineração e como ela funciona
  • Como a variação de preço das criptomoedas se dá
  • As principais criptomoedas do mercado
  • As vantagens e riscos de investir em criptomoedas
  • Como investir em criptomoedas: fundos, ETFs, corretoras e mineração

O que são criptomoedas?

Criptomoedas são moedas digitais que utilizam criptografia para garantir a segurança das transações e controlar a criação de novas unidades. Nenhum governo emite essas moedas, o que significa que elas são descentralizadas.

Para que servem as criptomoedas

As criptomoedas possuem as mesmas finalidades que o dinheiro físico e as pessoas podem usá-las para esses fins.

  • Meio de troca: Facilitar transações comerciais.
  • Reserva de valor: Preservar o poder de compra no futuro.
  • Unidade de conta: Precificar produtos e realizar cálculos econômicos.

O que é mineração?

Para entender o conceito de mineração, é importante reconhecer que as moedas digitais, como o Bitcoin, possuem uma camada de criptografia que as protege. Existe um codigo complexo que representa essas moedas, e ele não pode sofrer modificações. Um grupo de pessoas registra e valida uma a uma as transações, utilizando seus computadores para gravá-las no chamado blockchain, já que não há uma autoridade central que acompanhe essas transações

O blockchain é um enorme registro de transações. Trata-se, portanto, de um banco de dados público onde consta o histórico de todas as operações realizadas com cada unidade de Bitcoin (outras moedas digitais se baseiam nessa mesma tecnologia). Em cada nova transação, como uma transferência entre duas pessoas, o blockchain verifica para garantir que as mesmas Bitcoins não tenham sido utilizadas por outra pessoa anteriormente.

Quem registra as transações no blockchain são os chamados mineradores. Além disso, eles usam a capacidade de processamento de seus computadores para realizar esses registros e conferir as operações feitas com as moedas – em troca disso, recebem remuneração com novas unidades delas. Os milhares de computadores que formam essa rede criam Bitcoins ao resolverem problemas matemáticos complexos que verificam a validade das transações incluídas no blockchain.

Em outras palavras, a mineração representa a criação de novas unidades de alguns tipos de moedas digitais. Se mais computadores passam a ser usados para aumentar a capacidade de processamento voltada à mineração, os problemas matemáticos que precisam ser resolvidos se tornam mais difíceis. Isso acontece exatamente para limitar o processo de mineração.

“O Bitcoin foi projetado de modo a reproduzir a extração de ouro ou outro metal precioso da Terra: somente um número limitado e previamente conhecido de bitcoins poderá ser minerado.” (Mais detalhes na seção “Bitcoin” deste guia)

Como funciona a variação de preço das criptomoedas?

ssencialmente, o valor das moedas digitais flutua conforme a clássica lei da oferta e da demanda. Em momentos em que as criptomoedas recebem mais atenção, é comum que haja um aumento na procura por parte dos investidores, resultando em um aumento nas compras e, consequentemente, nos preços.

Segundo o site Bitcoin.org, o Bitcoin tem apenas um número limitado de unidades em circulação. Além disso, cria-se novos Bitcoins a uma taxa previsível e decrescente. Isso implica que a demanda deve acompanhar esse ritmo para manter o preço estável.

Por se tratar de um mercado ainda relativamente pequeno, algumas transações com criptomoedas podem causar um impacto significativo nos valores. Por exemplo, em um período de apenas três meses em 2017, o preço do Bitcoin subiu de aproximadamente US$ 4.370 para US$ 13.800. Pouco mais de um ano depois, havia caído novamente para US$ 3.500. Como demonstrado, as cotações podem ser extremamente voláteis.

Principais criptomoedas

Apesar de o Bitcoin ser a criptomoeda mais reconhecida, muitas vezes sendo considerado sinônimo do termo “moeda digital”, há uma variedade de outras criptomoedas com características distintas. Abaixo, apresentamos as principais
criptomoedas disponíveis no mercado:

Bitcoin

O Bitcoin (BTC) é a criptomoeda mais reconhecida, representando o primeiro sistema de pagamentos global totalmente descentralizado. Surgiu em 2008, durante a crise financeira global desencadeada pelo mercado de hipotecas dos EUA. Por isso ao substituir o dinheiro em papel e eliminar a necessidade de bancos para intermediar transações financeiras.

Segundo o site Bitcoin.org, Satoshi Nakamoto, um pseudônimo de um programador (ou grupo de programadores) ainda não identificado, assim publicou o primeiro artigo com a especificação e a prova de conceito do Bitcoin. Nakamoto concebeu a lógica por trás do blockchain, o sistema que possibilitou a existência do Bitcoin.

No referido artigo, Nakamoto estipulou que haverá no máximo 21 milhões de bitcoins em circulação. Acredita-se que a última moeda será minerada por volta do ano 2140.

Bitcoin Cash

O Bitcoin Cash (BCH) surge como uma versão aprimorada do Bitcoin original, lançado em agosto de 2017. Desenvolveu a solução para transações rapida e de baixo custo, o por isso o BCH foi desenvolvido.

A principal diferença entre as duas moedas reside no limite de tamanho do bloco. Enquanto o Bitcoin original se limita a 1 MB, o Bitcoin Cash eleva esse limite para 8 MB. Pode fazer transações de forma mais rapida e com taxas mais baixas.

No momento da criação do Bitcoin Cash, os detentores de Bitcoins receberam a mesma quantidade de BCH em suas carteiras. Por isso as regras de funcionamento do Bitcoin Cash são semelhantes às da moeda original, incluindo o limite de 21 milhões de moedas.

Ethereum

Há semelhanças e diferenças entre o Bitcoin e o Ethereum (ETH). Inicialmente, a moeda digital original chamava-se Ether. Contudo, em 2016, um hacker explorou uma falha no sistema, conseguindo roubar cerca de US$ 50 milhões em Ether. Isso levou à criação de uma nova rede, diante das incertezas sobre o futuro da moeda.

O Ether original, afetado pelo roubo, passou a ser conhecido como Ethereum Classic, enquanto a moeda que começou a circular na nova rede recebeu o nome de Ethereum. Com o apoio da comunidade, a nova versão superou em valor a sua predecessora.

Ao contrário do Bitcoin, o Ether não foi inicialmente concebido para ser uma moeda digital. Por isso sua função primária era recompensar os desenvolvedores pelo uso da plataforma Ethereum em seus projetos. Além disso essa plataforma é descentralizada e utilizada para executar “contratos inteligentes”, que são operações automáticas realizadas quando certas condições são atendidas.

Assim como no caso do Bitcoin, o blockchain é fundamental para validar transações com Ethereum, garantindo segurança e prevenindo fraudes. Além disso, a criação de novas moedas baseia-se no processo de mineração. Atualmente, o Ethereum está entre as criptomoedas mais negociadas globalmente.

Tether

Ao contrário de criptomoedas como o Bitcoin, o Tether (USDT), lançado em 2014 pela empresa homônima, é uma stablecoin, pois é lastreado em uma moeda física. Sua proposta é manter uma paridade com o dólar americano, o que significa que para cada Tether emitido, é necessário ter um dólar equivalente em reserva.

No entanto, desde sua criação, especialistas questionaram a paridade do Tether devido à falta de transparência da empresa sobre como mantém essa equivalência. Em 2019, a empresa revelou que nem todo Tether está realmente lastreado em dólares. Ela afirmou que garante 100% deles, não apenas por moeda tradicional, mas também por equivalentes de caixa e outros ativos ou recebíveis de empréstimos feitos pela Tether a terceiros.

O Tether se destaca por ser uma moeda estável que representa moedas físicas no mundo digital. Por isso, devido à sua menor volatilidade, tornou-se uma opção popular para transferências entre sistemas e diferentes criptomoedas, permitindo que os investidores se protejam contra variações de preço de outros ativos e evitem o risco de perdas significativas durante essas operações.

Negociação, Controvérsias e Investigação. A Bitfinex, uma grande bolsa de criptomoedas com acionistas e executivos em comum com a Tether (a empresa controladora da moeda), negocia predominantemente o Tether. Apesar de suas vantagens, a moeda se envolveu em grandes polêmicas.

Em 2018, a Procuradoria Geral de Nova York acusou a Bitfinex de usar reservas do Tether para cobrir um déficit de US$ 850 milhões em suas contas. Além disso, há suspeitas de que a moeda tenha sido usada por um especulador para manipular o preço do Bitcoin no mercado, com conhecimento ou envolvimento da Bitfinex.

Esses eventos ainda estão em processo de investigação, buscando elucidar os fatos e responsabilidades.

Ripple

O Ripple (XRP) é um protocolo de pagamento distribuído concebido em 2011, com a XRP como sua moeda nativa. Por isso uma peculiaridade da plataforma Ripple é sua capacidade de suportar na rede outros tokens representando moedas convencionais e até mesmo outros ativos. O objetivo é viabilizar pagamentos seguros e instantâneos.

Ryan Fugger, Chris Larsen e Jed McCaleb criaram o Ripple em 2012. O Ripple não é apenas a uma criptomoeda, mas constitui um sistema no qual diversas moedas, incluindo a mais conhecida, o Bitcoin, podem ser negociadas. Em certo aspecto, o funcionamento do Ripple guarda semelhanças com o sistema bancário tradicional, ao permitir a aceitação de diversos ativos e simplificar a realização de transações.

Essa abordagem diferencia o Ripple do discurso predominante sobre moedas digitais, o qual preconiza a independência do sistema financeiro tradicional para efetuar operações. Além disso, o Ripple se destaca por não empregar um processo de mineração, como é o caso do Bitcoin e do Ethereum.

Litecoin

O Litecoin (LTC), criado em 2011 por Charlie Lee, um ex-funcionário do Google, compartilha muitas características com o Bitcoin. Além disso, a principal distinção reside no processo de mineração, que visa reduzir o tempo necessário para confirmar transações envolvendo a moeda. O objetivo é tornar mais acessível a participação de qualquer pessoa no processo de geração de novos Litecoins.

Devido à sua capacidade de processamento de transações mais rápida, as pessoas consideram o Litecoin uma opção mais adequada para operações cotidianas. Enquanto isso, as pessoas veem o Bitcoin como uma reserva de valor mais eficaz. Os criadores do Litecoin conceberam-no para produzir mais unidades, com um limite de 84 milhões de moedas, em comparação com os 21 milhões do Bitcoin.

Vantagens e riscos de investir em criptomoedas

Ativos de criptomoedas são recentes, interessados estudam por operar de forma complexa.

Elas apresentam diversas vantagens em relação às moedas físicas e outros métodos de pagamento. O site Bitcoin.org destaca as seguintes vantagens para o Bitcoin:

  • Liberdade de pagamento: Um Bitcoin possibilita enviar ou receber qualquer valor instantaneamente em qualquer lugar.
  • Taxas baixas: Os processos atuais de transações de criptomoedas, são isentos ou com taxas baixas, Embora haja cobranças para operações mais rápidas, para o comércio geral, existem serviços baseados em Bitcoins com custos menores do que os métodos tradicionais, como PayPal ou redes de cartão de crédito.
  • Segurança: Pagar com Bitcoin não vincula informações do usuario as transações, oferecendo proteção contra roubo de identidade. Além disso, os usuários podem proteger seus fundos com cópias de segurança e criptografia.
  • Transparência: Todas as informações sobre a oferta de unidades de Bitcoin estão disponíveis na blockchain para qualquer pessoa. O protocolo da moeda digital é criptografado, o que significa que nenhuma organização pode controlá-lo ou manipulá-lo. Isso torna o núcleo do Bitcoin reconhecido como confiável por sua neutralidade, transparência e previsibilidade.

Por outro lado, quem investe no mercado de criptomoedas precisa estar ciente de detalhes específicos desse segmento, como:

  • Grau de aceitação: Devido ao baixo número de pessoas que conhecem e usam moedas digitais, são poucos os estabelecimentos que aceitam esse tipo de pagamento.
  • Volatilidade: Grandes flutuações de preços são comuns em moedas digitais como o Bitcoin, devido à crescente visibilidade e ao influxo de novos usuários, o que pode superestimar o valor do ativo. Esse comportamento é semelhante às bolhas especulativas tradicionais e pode resultar em ajustes de preços significativos.
  • Segurança: Embora as criptomoedas ofereçam segurança em muitos aspectos, os usuários precisam ter cuidado para não perder ou “apagar” seus Bitcoins. Se um arquivo digital for perdido, o dinheiro também será perdido, semelhante ao dinheiro físico em papel.

Como investir em criptomoedas

Existem diversas maneiras de investir ou adquirir Bitcoins e outras criptomoedas. Por isso uma opção é comprar cotas de fundos de criptomoedas, negociá-las diretamente em uma corretora especializada (também conhecida como exchange), aceitá-las como forma de pagamento em algum negócio ou ainda minerá-las.

A aquisição de cotas de fundos é uma das formas mais simples. Ademais, em 2018, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou os fundos brasileiros a realizarem investimentos indiretos em criptomoedas no exterior, podendo adquirir derivativos ou cotas de outros fundos.

Essas carteiras são oferecidas por corretoras e plataformas de investimento, algumas com exigências de aplicação relativamente baixas (a partir de R$ 5.000 ou até menos). Os fundos podem ser uma opção interessante para quem deseja exposição ao mercado de criptomoedas, mas prefere contar com a gestão especializada de um profissional.

Outra alternativa é investir em ETFs (Exchange Traded Funds), que as pessoas negociam na bolsa de valores como ações.

Uma forma relativamente simples de investir em Bitcoins e outras criptomoedas é através de uma corretora especializada. No Brasil, existem exchanges que oferecem esse tipo de serviço.

O processo começa com a abertura de uma conta na exchange, onde o investidor preenche um cadastro com seus dados pessoais. Em alguns casos, pode ser necessário apresentar documentos para validar a identidade.

Algumas corretoras utilizam mecanismos adicionais de segurança, como tokens, além das senhas usuais. Se a exchange escolhida adotar esses dispositivos, será necessário ativá-los conforme as instruções. Após isso, basta transferir dinheiro para a conta e começar a operar.

O que você precisa para começar a investir em cripto

A Vértua como sua aliada

A Vértua é uma assessoria de  investimentos que oferece aos seus clientes a expertise na hora de investir em criptomoedas

Nossa plataforma garante um ambiente seguro e confiável para suas negociações, além de contar com uma equipe de especialistas prontos para te auxiliar na tomada de decisões assertivas.

Se você busca ingressar no universo das criptomoedas, a Vértua é a assessoria  ideal para te guiar nessa jornada.


Para mais artigos e notícias, clique aqui!

Para receber o contato de um Assessor, clique aqui!