A Evolução da Taxa Selic nos últimos 10 anos

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By Larissa Verissimo

O que fez a Taxa Selic subir, cair e qual a expectativa para os próximos meses

Neste conteúdo vamos explorar o histórico da Taxa Selic nos últimos anos e falar um pouco mais sobre as expectativas para os próximos meses.

Taxa Selic e sua importância na economia brasileira

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil. Ela desempenha um papel crucial na economia, sendo uma das principais ferramentas utilizadas para controle da inflação e estímulo ao crescimento econômico.

A Selic é a taxa referência para a remuneração dos investimentos em títulos públicos federais, além de influenciar as taxas de juros de outras modalidades de crédito, como empréstimos e financiamentos. Quando a taxa Selic cai, isso tende a estimular o consumo e os investimentos, uma vez que os juros ficam mais baixos, tornando o crédito mais acessível e barato.

Por outro lado, quando há necessidade de conter a inflação, o Banco Central pode optar por elevar a taxa Selic. Isso ocorre porque juros mais altos tendem a desestimular o consumo e os investimentos, uma vez que o crédito se torna mais caro. Com isso, a demanda é reduzida, o que ajuda a controlar a inflação.

Variações da Selic nos últimos 10 anos

Análise das principais tendências e movimentos observados nesse período

Ao analisar as principais tendências e movimentos observados na taxa Selic nos últimos 10 anos, é possível identificar uma série de padrões e eventos que influenciaram suas variações. Durante esse período, a Selic apresentou momentos de subida e queda, refletindo a conjuntura econômica e as políticas monetárias adotadas pelo Banco Central do Brasil.

Uma das principais tendências observadas foi a queda gradual da taxa Selic ao longo dos últimos anos. Isso ocorreu como resposta à redução da inflação e à necessidade de impulsionar a atividade econômica. Com a melhora da estabilidade econômica e a adoção de políticas monetárias mais expansionistas, o Banco Central optou por reduzir a Selic, buscando estimular o consumo, o investimento e o crescimento do país.

No entanto, é importante ressaltar que essa trajetória de queda não foi linear. Ao longo do período analisado, houve momentos de reversão e aumento da Selic, muitas vezes em resposta a pressões inflacionárias ou a mudanças no cenário econômico. Eventos como a crise financeira internacional de 2008, a crise da dívida soberana na Europa e a desvalorização cambial foram alguns dos fatores que levaram a aumentos pontuais na taxa Selic.

Outra tendência relevante foi a manutenção da Selic em patamares historicamente baixos nos últimos anos. Essa política expansionista visou estimular a atividade econômica e combater os efeitos negativos da recessão. No entanto, essa postura expansionista precisou se equilibrar com a preocupação em controlar a inflação, garantindo a estabilidade de preços.

O comportamento da inflação refletido nas tendências de movimentação da Selic

Um fator determinante para as tendências observadas na Selic foi o comportamento da inflação. A inflação é um indicador-chave que influencia as decisões do Banco Central em relação à taxa de juros. Quando a inflação se encontra acima da meta estabelecida, o Banco Central tende a elevar a Selic para conter o avanço dos preços. Por outro lado, quando a inflação está sob controle ou abaixo da meta, há espaço para reduzir a Selic, estimulando a atividade econômica.

Além disso, as políticas fiscais adotadas pelo governo também tiveram impacto nas tendências da Selic. Políticas fiscais expansionistas, caracterizadas por maior gasto público e aumento do déficit fiscal, podem gerar pressões inflacionárias e levar a um aumento da taxa de juros. Por outro lado, políticas fiscais mais restritivas podem contribuir para uma redução da Selic, desde que não comprometam a estabilidade econômica.

Futuro da Taxa Selic

Com o objetivo de alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, conhecida como Selic, como seu principal instrumento. Atualmente, essa taxa está definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Esse patamar vem sendo mantido desde agosto do ano passado e representa o nível mais alto desde janeiro de 2017, quando também estava no mesmo valor.

De acordo com as expectativas do mercado financeiro, espera-se que a Selic encerre o ano de 2023 em 12,5% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa é que a taxa básica seja reduzida para 10% ao ano. Já para o final de 2025 e 2026, prevê-se que a Selic fique em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

O patamar da Selic tem sido motivo de divergência entre o governo federal e o Banco Central. Quando o Copom opta por aumentar a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que tem reflexos nos preços, uma vez que os juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Dessa forma, taxas elevadas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom decide reduzir a Selic, espera-se que o crédito fique mais acessível, estimulando a produção e o consumo, o que reduz o controle sobre a inflação e impulsiona a atividade econômica.