Fundos de Investimento em Ações (FIA)

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By Lívia Giacomini

O que são os Fundos de Investimento em Ações (FIA) e como eles funcionam? Saiba tudo o que você precisa saber antes de investir.

Os fundos de investimentos em ações têm como principal objetivo investir em ações, devendo alocar no mínimo 67% do seu patrimônio nesse tipo de ativo. Eles representam uma forma simplificada de ingressas na bolsa de valores. Quando você investe em um fundo de ações, um gestor (profissional responsável pelas alocações dos recursos dos cotistas nos títulos que compõem o fundo) especializado assume a responsabilidade de escolher os ativos e equilibrar a carteira, simplificando o processo de investimento. Esses fundos aportam recursos em várias empresas, tornando mais acessível e menos complexo o que seria dispendioso se adquirisse ações individualmente.

Esses fundos são uma categoria de fundos de investimentos que concentram a maior parte dos recursos em ativos de renda variável, principalmente em ações. Além disso, oferecem várias categorias com diferentes estratégias de investimento. Eles estruturam-se como condomínio de cotistas, e envolvem a flutuação dos preços das ações negociadas no mercado organizado, exigindo paciência do investidor.

Portanto, os fundos de ações são uma maneira mais acessível e simplificada de iniciar investimentos em renda variável, contando com a orientação de gestores qualificados. Eles representam uma forma de participar no mercado de ações de maneira diversificada, sendo uma opção atrativa para quem busca adentrar nesse cenário com auxílio de profissionais especializados.

Quais são os tipos de Fundos de Investimento em Ações

1. Valor e crescimento

Os fundos de investimento com estratégia de valor/crescimento têm como objetivo alcançar retornos sólidos de diferentes maneiras. Eles selecionam empresas cujas ações são negociadas a preços inferiores ao seu valor justo estimado, ou que são conhecidas como estratégia de valor. Além disso, esses fundos também podem se concentrar em empresas que apresentem histórico positivo e/ou perspectiva de crescimento substancial em termos de lucros, receitas e fluxo de caixa, seguindo uma estratégia de crescimento.

2. Setoriais

Os fundos setoriais são aqueles que direcionam seus investimentos para empresas pertencentes a um mesmo setor ou a um grupo de setores relacionados à economia. Por exemplo, eles podem focar em empresas do setor de energia elétrica, serviços públicos ou varejo.

Em resumo, os fundos setoriais se especializam na aquisição de ações de empresas que operam em um único setor ou em setores afins. Permitindo assim aos investidores concentrar seus recursos em um segmento específico da economia.

3. Dividendos

Os fundos de dividendos têm como estratégia a escolha de ações de empresas que são selecionadas para distribuir consistentemente dividendos aos acionistas. Para atingir esse objetivo, eles podem selecionar empresas que tenham um histórico confiável de renda gerada por dividendos ou que, na visão do gestor, demonstrem potencial para manter ou aumentar essa distribuição.

Em resumo, os fundos de dividendos investem em ações de empresas que são boas pagadoras de dividendos. Isso proporciona aos investidores a oportunidade de obter um fluxo de renda estável desses pagamentos.

4. Small Caps

Os fundos de small caps são aqueles que direcionam seus investimentos para ações de empresas com um valor de mercado relativamente baixo. Essas empresas de pequeno porte, conhecidas como small caps, geralmente têm menor liquidez em comparação com as empresas de maior negociação.

5. Sustentabilidade/Governança

Os fundos de investimento em sustentabilidade e governança tem como foco na alocação de recursos em empresas que se destacam por sua governança e pelos compromissos de longo prazo com responsabilidade social e práticas sustentáveis.

Em suma, os fundos de sustentabilidade e governança formam uma carteira de investimentos com empresas que são reconhecidas por adotar práticas sólidas em termos de sustentabilidade, governança corporativa e critérios de ESG. Ou seja, proporcionando aos investidores uma maneira de apoias empresas comprometidas com esses princípios.

6. índice Ativo

Os fundos classificados como “índice ativo” têm como objetivo superar o desempenho de um índice de referência do mercado de ações. Exemplos: Ibovespa ou o IBrX 100. Eles investem em empresas que compõem o índice escolhido, mas adotam uma abordagem ativa para alcançar retornos superiores.

Para resumir, os fundos de índice ativo são geridos por profissionais cujo meta é superar o desempenho de um índice específico, como o Ibovespa. Eles selecionam e gerenciam os ativos de carteira para superar os resultados do índice de referência.

7. Ações Livres

Os fundos de ações com classificação “livre” não estão definidos a uma estratégia específica de ampla liberdade para tomar decisões de investimentos. Eles são mais flexíveis em termos de atuação e formulação de estratégias. Uma parcela de recursos disponíveis para investimento pode ser alocada em uma variedade de ativos, desde que seja de acordo com as diretrizes previstas no regulamento do fundo.

Em resumo, os fundos de ações “livres” oferecem ao gestor a autonomia completa para construir uma carteira de investimentos da maneira que considerar melhor, sem estar controlado a uma estratégia específica.

8. Específicos

Os fundos de investimentos com foco específico são aqueles que seguem estratégias de investimento particulares ou possuem características únicas. Eles podem assumir a forma de condomínios fechados, onde a entrada de investidores é restrita a determinados momentos. Ou então, podem se concentrar exclusivamente em uma única empresa, conhecida como “fundos de mono-ação”.

9. Investimentos no Exterior

Os fundos de ações que recebem classificação de “investimento no exterior” têm capacidade de alocar uma parte significativa de seus recursos em investimentos financeiros localizados em mercados internacionais.

Tributação em Fundos de Investimento em Ações

Os Fundos de Investimentos em Ações desfrutam de certas vantagens fiscais, pois não estão sujeitos ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e ao sistema de come-cotas. Porém, de acordo com a Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, os rendimentos obtidos por meio desses fundos são tributados somente no momento do resgate das cotas. Aplica-se uma alíquota de 15% sobre os ganhos.

Dividendos em Fundos de Investimento em Ações

Os Fundos de Ações no Brasil têm a possibilidade de receber dividendos das empresas cujas ações fazem parte de sua carteira. No entanto, a maioria desses fundos não distribui diretamente esses dividendos aos cotistas.

Esses fundos são compostos por, no mínimo, 67% de ações na Bolsa de Valores, e algumas dessas empresas pagam dividendos aos acionistas. Porém, os gestores optam por reinvestir esses dividendos na própria carteira do fundo, o que contribui para a valorização das cotas do fundo em vez de efetuar o pagamento direto de dividendos aos cotistas.

Rentabilidade em Fundos de Investimento em Ações

Para interpretar a rentabilidade de um Fundo de ações de maneira adequada, é essencial realizar algumas análises. Principalmente, é fundamental comparar o desempenho do fundo com um índice de referência do mercado, levando em consideração a dedução das taxas de administração e performance.

Além disso, é aconselhável observar o resultado ao longo de períodos extensos, já que no curto prazo, os fundos podem ser impactados pela volatilidade. E isso pode não refletir de forma fidedigna sobre sua capacidade de entrega de resultados.

Outro aspecto relevante é analisar a rentabilidade em relação ao nível de risco que o fundo assume em sua estratégia. Nesse sentido, a avaliação de longo prazo torna-se ainda mais importante. Isso porque permite entender como o Fundo de ações se comporta em diferentes contextos econômicos e como lidou com as oscilações do mercado ao longo do tempo. Na última análise, uma abordagem de investimento baseada em perspectivas de longo prazo pode oferecer uma visão mais completa do desempenho e da adequação do fundo para os objetivos do investidor.

Taxa de Performance e Taxa de Administração

Taxa de administração

A taxa de administração representa o pagamento pela gestão de um fundo de investimentos. Calcula-se essa taxa com base no valor total investido, incluindo o capital e os rendimentos gerados. Essa taxa é expressa como uma porcentagem anual (% a.a.). Nas categorias de fundos de ações, as taxas de administração geralmente variam entre 2% e 3% ao ano.

Taxa de performance

A taxa de performance funciona como uma recompensa para o gestor do fundo. Sua cobrança ocorre apenas quando o desempenho do fundo supera seu índice de referência, que pode ser o Ibovespa, o CDI ou qualquer outro previsto na documentação do fundo. A taxa de performance é aplicada somente sobre a parcela de retorno que excede o desempenho do índice de referência, conhecido como benchmark financeiro. Por exemplo, se um fundo tem o Ibovespa como benchmark e o Ibovespa gera um retorno de 100%, enquanto o fundo gera 150%, cobra-se uma taxa de desempenho apenas sobre os 50% de retorno adicional. Uma prática comum na indústria de fundos no Brasil é estabelecer uma taxa de performance de 20%. Isso significa que, no exemplo anterior, uma taxa de desempenho seria de 20% sobre os 50% de retorno excedente do fundo.

Fechamento

Em suma, os fundos de investimentos em ações, representam uma maneira acessível e eficaz para investidores entrarem no mercado de ações, eliminando a necessidade de comprar ações individuais.

Ao aplicar pelo menos 67% do patrimônio do fundo em ações, eles oferecem diversificação com custos baixos, permitindo que os investidores aproveitem o conhecimento de gestores especializados na seleção de ativos e sem equilíbrio da carteira.

Essa abordagem simplificada torna a participação em bolsas de valores mais acessível e menos arriscada, tornando os fundos de ações uma escolha valiosa para aqueles que buscam investir no mercado de ações de forma eficiente.

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