O que é a Renda Fixa e quais investimentos você pode fazer para seu dinheiro render mais do que a poupança?
Antes de tudo é preciso entender o que são os investimentos de Renda Fixa, e por isso vamos fazer uma breve introdução:
Você já deve ter ouvido a frase: “o Brasil é o país dos rentistas”. Essa frase era muito usada nos anos 90/2000 quando as taxas de juros eram muito altas e privilegiavam os investimentos que se baseavam nessas taxas.
Nos últimos anos a taxa de juros caíram e os investimentos de renda fixa perderam um pouco de atratividade, mas com o final da pandemia e o aumento do consumo, a inflação disparou, e para contê-la o governo aumentou os juros, desestimulando o consumo e assim reduzindo a inflação.
O aumento da taxa básica de juros (SELIC) fez os investimentos de Renda Fixa tomarem o centro das atenções no mundo dos investimentos novamente.
Entendendo a Renda Fixa
A Renda Fixa nada mais é do que um empréstimo de recursos (dinheiro). Porém, ao invés de você (pessoa física) buscar um empréstimo no banco ou instituição financeira, você empresta o seu dinheiro e passa a se tornar um credor.
Em troca do seu dinheiro, a instituição que tomou emprestado te paga uma remuneração pelo tempo que você deixou esse recurso lá para eles utilizarem.
Resumindo, você empresta seu dinheiro para uma instituição, e ao final do prazo combinado ela te devolve esse dinheiro com juros previamente acordados.
Para quem estou emprestando meu dinheiro?
De modo geral você empresta dinheiro para:
- Empresas Privadas;
- Instituições Financeiras;
- Governo.
A instituição gera um “Título” que nada mais é do que um “comprovante” que ela está te devendo um dinheiro, por um prazo X e a uma determinada taxa de juros.
Riscos dos investimentos de Renda Fixa
Mesmo sendo um investimento conservador e seguro, o investimento em renda fixa também tem riscos. Os principais deles são:
- Risco de Mercado: que é o risco de algo acontecer no mercado e mexer nas taxas que vão remunerar seus investimentos. Exemplos: a guerra da Ucrânia e Rússia, ou a própria Pandemia. São riscos que fogem ao nosso controle e afetam o mercado por um tempo.
- Risco de Crédito: é o risco da instituição quebrar e não honrar o pagamento do seu dinheiro.
Temos um post completo falando sobre os riscos dos investimentos. Clique aqui para ler.
Tributação nesses investimentos
De modo geral, os investimentos de Renda Fixa seguem uma mesma sistemática de tributação e estão sujeitos a tabela regressiva de IR (Imposto de Renda) com alíquotas que diminuem de acordo com o prazo investido, veja a tabela abaixo. Mas, existe também alguns títulos de renda fixa que são isentos de IR.
![tabelinha](https://vertuainvest.com.br/wp-content/uploads/2022/11/tabelinha.png)
Quer saber mais sobre a tributação de IR em Renda Fixa? Temos um post completo explicando tudo. É só clicar aqui.
Remuneração dos investimentos em Renda Fixa
As remunerações variam de acordo com cada título emitido, mas via de regra existem 3 tipos tradicionais de remuneração:
- Prefixados: como o nome já diz, a taxa de juros é estipulada antes da aplicação, e assim você já sabe exatamente quanto vai receber ao final do prazo do investimento.
Exemplo: seu título será remunerado a uma taxa de juros de 16% a.a. - Pós Fixados: nesse tipo, a remuneração fica atrelada a um indicador, que normalmente é o CDI, e o valor dos títulos são atualizados de acordo com essas taxas. Por isso, o investidor não sabe ao certo quanto vai receber ao final do prazo. Exemplo: seu título irá render 110% do CDI.
- Híbridos: esse tipo mistura o pré e o pós fixado. Para ficar mais fácil veja o exemplo: o título X está pagando uma taxa Pré Fixada de 8% + a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – a inflação). Ou seja, você sabe que receberá seu dinheiro + uma variação de 8% + a inflação do período.
Principais tipos de Investimentos em Renda Fixa
Para fechar nosso tema, vamos falar dos principais investimentos de Renda Fixa, que são:
Títulos Públicos
São os títulos de dívida emitidos pelo governo. Nesse tipo de investimento você está emprestando dinheiro ao governo para ele se financiar, ou seja, ele usa seu dinheiro para investir em infraestrutura para o país. Se diz que o risco é praticamente 0 porque o governo pode imprimir dinheiro, e por isso ele é o último a “quebrar” financeiramente.
CDBs (Certificado de Depósito Bancário)
- Da mesma forma que você emprestou ao governo no investimento acima, aqui você empresta a um banco.
Vamos de exemplo: Imagine que o banco é uma lojinha de dinheiro, e em uma ponta tem alguém precisando de dinheiro emprestado. O banco empresta a essa pessoa e cobra 15% ao ano. Porém, esse banco está com o caixa insuficiente. Então, ele pega o seu dinheiro emprestado na outra ponta e te paga 7% ao ano. Assim, ele consegue “vender” dinheiro a quem precisa, e você que tinha dinheiro sobrando também foi remunerado. (Lembrando que esse é só um exemplo lúdico para facilitar a compreensão).
Os CDBs podem ser pós-fixados e estão atrelados à Taxa CDI, pré fixados ou híbridos.
Uma vantagem dos CDBs é que eles são emitidos por bancos e em sua maioria tem a cobertura do FGC. Ou seja, se a instituição quebrar, o FGC paga o seu dinheiro no lugar da instituição. Claro que há limites e não é toda instituição que o FGC cobre. Veja nosso post completo falando sobre o FGC e entenda tudo. É só clicar aqui.
Debêntures
São iguais aos títulos do governo e aos CDBs, ou seja, são títulos de dívida, o que muda é quem está emitindo, que nesse caso não é nem o Governo e nem Bancos, mas qualquer outra empresa.
As debêntures são títulos que ajudam empresas a captar recursos e se financiar investindo em sua infra estrutura sem precisar recorrer a crédito em um banco.
Como elas são usadas normalmente para financiar grandes projetos, as debêntures costumam ter prazos mais longos do que outros investimentos de Renda Fixa.
LCI e LCA
São as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio. São muito semelhantes aos CDBs e também são emitidas por instituições financeiras ou bancos ligados a esses setores (imobiliário e agro). Normalmente tem uma rentabilidade menor que o CDB, mas tem isenção do Imposto de Renda para pessoa física, o que torna esses investimentos atrativos para alguns investidores. Outro ponto importante é que eles têm cobertura do FGC.
CRI e CRA
Dá para notar que os nomes são parecidos com LCI e LCA, mas qual é a grande diferença? Eles são Certificados de Recebíveis (CR) do mercado Imobiliário e do Agronegócio, e não são emitidos por instituições financeiras ou bancos como os LCIs e LCAs. Quem emite são empresas desses ramos como grandes Construtoras de Imóveis, por exemplo. Outra diferença é que os CRIs e CRAs não têm cobertura do FGC, ou seja, o risco de crédito é maior nesse tipo de investimento.
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