Mercado secundário em Renda Fixa

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By Micheli Faoro

Como usar o mercado secundário para dar liquidez ao seus ativos de Renda Fixa

Como se sabe, os investimentos têm prazos de vencimento, e normalmente você não pode fazer o resgate do seu capital antes desse prazo. Porém, caso algum imprevisto aconteça e você precise resgatar seu dinheiro, o mercado secundário pode te ajudar. 

Nesse post vamos te explicar o que é o Mercado Secundário e como você pode utilizá-lo em investimentos de Renda Fixa.

O que é o mercado secundário

Para exemplificar de forma clara e simples vamos falar do mercado de ações:

Quando uma empresa faz seu IPO e coloca suas ações à venda no mercado, o investidor pode comprar essas ações diretamente da empresa, ou seja, essa negociação acontece no mercado PRIMÁRIO. 

Agora, imagine que passado 6 meses, o investidor que comprou 100 ações no IPO queira vender essas ações, e encontra outro investidor como ele disposto a comprar as 100 ações que ele tem. Essa negociação se dá no Mercado SECUNDÁRIO. 

Em suma, o mercado secundário é a negociação de ativos entre os investidores. 

O exemplo dado acima é no mercado de ações, que é Renda Variável. Porém a mesma realidade acontece na Renda Fixa.

Mercado Secundário na Renda Fixa

Imagine que você investiu em um CDB prefixado de um grande banco. Esse CDB tinha um prazo de vencimento de 3 anos. Ou seja, em 3 anos você resgataria seu dinheiro com rendimentos a uma taxa pré determinada.

Contudo, no mês 18 do seu investimento você precisa resgatar o dinheiro por qualquer motivo. 

O Banco não vai “recomprar” esse título de você pagando a rentabilidade combinada, porque o prazo ainda não chegou ao fim. Apesar disso, você tem a possibilidade de encontrar outro investidor que se interesse no seu título no mercado secundário, e assim você o vende e consegue a liquidez que você precisava.  

Marcação a Mercado

Para conseguir vender esse ativo de Renda Fixa no mercado secundário existe a necessidade de que seu título seja mais atrativo do que os títulos no mercado primário.

Para calcular isso existe a Marcação a Mercado, que mostra naquele momento se seu ativo está valendo mais ou menos do que os ativos do mercado primário. 

Em outro post aqui no Blog, tem um conteúdo completo falando sobre marcação a mercado, clique aqui para ler.

Quando seu ativo está acima da curva, ou seja, valendo mais do que os ativos do mercado primário, fica fácil de vendê-lo e você ainda pode ter uma rentabilidade acima do esperado. 

Porém, se seu investimento estiver abaixo da curva, você precisará dar uma “compensação” para que seu título seja atrativo para outro investidor. Vamos de exemplo para facilitar:

Aquele mesmo CDB de 3 anos que você comprou, estava prefixado em 12% a.a. Se os ativos do mercado primário estiverem em um teto de 11% a.a., você terá um “ÁGIO” de 1% ao ano. Isso quer dizer que você vendendo agora seu título ainda terá uma rentabilidade maior para o período do que se esperasse até o final. 

Já em um cenário oposto, onde o teto no mercado primário está batendo 13% a.a., você teria que abrir mão da diferença de rentabilidade para que seu título se torne atrativo a outro investidor. Nesse momento, caso você conclua a venda do ativo, você sofre um “DESÁGIO”.

Vantagens e Desvantagens

A principal vantagem do mercado secundário é que ele une quem quer vender títulos (que não teriam liquidez imediata), garantindo que o vendedor consiga a liquidez almejada, a quem quer comprar títulos que já não estão mais disponíveis para venda no Mercado primário. 

Já a principal desvantagem a quem está vendendo é a possibilidade de perdas de rentabilidade. E para quem está comprando está mais ligado ao risco de crédito da instituição emissora do título de honrar o pagamento.


Para concluir, vamos deixar um link disponível para que você solicite um contato de um Assessor de Investimentos, para te auxiliar nesse processo caso você esteja precisando. Clique aqui para falar com um Assessor.