Por que investir em ativos de risco?

Photo of author

By Paulo Faria

Como entender se ativos de risco podem ser adequados para o seu perfil e as principais vantagens desses investimentos

Primeiramente precisamos entender qual seu perfil de investidor, como identificá-lo, fazer análises de sua carteira de investimentos e de algumas atitudes que você toma também em sua vida antes de pensar em investir em ativos de risco. Ter um assessor de investimentos pode facilitar esse processo, pois ele pode lhe apresentar mais variedades de investimentos, fornecer informações e junto a você ver qual seu grau de aversão a risco. Após descobrir seu perfil de investidor temos que ir para próxima fase.

Alinhamento expectativas, risco retorno momento de vida.

Expectativas

Como investidor você precisar ter uma estratégia muito bem formulada junto ao seu assessor. Ter um objetivo traçado e saber onde você quer chegar, ou quanto você quer ganhar bem como quanto você está disposto a perder, é fundamental.

Também se faz necessário alinhar a expectativa de rentabilidade. Caso você seja um empresário ou autônomo, precisa saber que sua rentabilidade na maioria dos casos pode ser menor do que sua empresa pode gerar. Afinal, investimentos servem para acelerar enriquecimento e acumulo de patrimônio.

Junto a seu assessor você fará uma diversificação e assim ganhar de forma segura protegendo seu capital, tomando riscos e investindo na sua empresa.

Mas o porquê investir do mercado financeiro e ativos de risco se posso investir tudo na minha empresa?

A resposta na realidade é bem simples, existem vários fatores para se investir no mercado financeiro. Um bom exemplo é que caso venha uma crise no ramo em que atua, você diversificou seu patrimônio e capital, não deixando-o parado. Outro bom exemplo é que caso venha uma crise global como a do Covid, você tem um dinheiro acumulado, onde pode sobreviver com ele. Assim, você não fica dependente apenas de uma artéria.

Risco Retorno

É uma forma de analisar o quanto aquele investimento é valido. Como dito acima, se você é um empresário ou autônomo, de certa forma corre um risco muito alto, considerando taxa de juros, crises e o próprio momento que vivemos politica e economicamente.

Vamos exemplificar o risco retorno com um tipo de investimento e o Brasileiro gosta muito: a construção civil.

Se seguirmos esse planejamento: comprar o terreno, contratar arquiteto, engenheiro, comprar materiais, gasto com empreita, entre outras partes fiscais, geralmente a margem de lucro fica em torno de 25%/30%. Correndo o risco do tempo que você vai levar para vender esse empreendimento e levando em consideração o momento em que vivemos com a taxa de juros onde está (13,25%), conseguimos olhar para um cenário de investimentos pagando próximo a 15% com muito menos risco e desgaste do que empreendimentos imobiliários. Exemplos: CDB, LCI/LCA entre outros, que são cobertos pelo FGC, até 250 mil por instituição financeira.

Então sempre é bom analisar o risco retorno, pois geralmente você pode ter rentabilidades aproximadas com um desgaste bem menor e sem correr muitos riscos.

O que é FGC

O FGC (Fundo Garantidor de Créditos) é uma entidade brasileira que oferece proteção aos depositantes e investidores em instituições financeiras em caso de problemas financeiros como falência, liquidação extrajudicial ou intervenção. O FGC é uma entidade privada sem fins lucrativos, que opera com o objetivo de manter a estabilidade do sistema financeiro e preservar a confiança dos investidores.

No Brasil, o FGC garante um valor de até R$ 250.000,00 por CPF/CNPJ por instituição financeira. Isso significa que se você tiver contas ou investimentos em diferentes instituições financeiras, cada uma delas terá a garantia de até R$ 250.000,00 por titular ou CNPJ.

Em suma, você pode alinhar com seu assessor e ter até 250mil em cada instituição. Usando nossa plataforma da EQI Investimentos, você tem acesso a inúmeras instituições do mercado financeiro.

Fase da vida

Assim como perfil de investidor e alinhamento de expectativa, saber analisar e tomar as melhores decisões para a sua fase ideal de vida pode ser uma das coisas mais essências, que realmente pode te diferenciar como uma pessoa bem sucedida de uma pessoa que perde aquilo tudo que ganha.

A estratégia que você vai utilizar fica num paralelo com fase da vida. Vamos supor que você esteja em uma idade uma pouco mais avançada de vida e não tenha construído um patrimônio muito relevante. Se expor a ativos de risco para perder o pouco que construiu talvez seja algo inadequado levando em consideração que você já não possui a mesma energia de quando era mais novo. Além disso, pode ter pessoas que dependem de você, ou então venha a ter mais preocupações e gastos com saúde dentre outras coisas. Então, nesse cenário o risco pode não ser muito adequado. Talvez, o mais saudável a se fazer seria rentabilizar seu capital e fazer a manutenção dele, reduzindo os riscos, focando em uma boa rentabilidade e tratar com segurança esse capital.

Agora vejamos por outro ângulo: vamos supor que você está também em uma fase avançada da sua vida, mas dessa vez, conseguiu adquirir um patrimônio relevante, e diante disso é possível montar uma estratégia onde uma parte ‘irrelevante’ desse patrimônio você consiga tomar riscos para ter ganho mais expressivos através dos ativos de risco.

Por último, imagine que você tem por volta de 20 anos, está no inicio da sua vida e provavelmente não tem patrimônio acumulado ainda. Você está numa fase inicial de montagem de patrimônio e consegue guardar pouco por mês (as vezes 100, 200 ou até 500 reais). Nessa situação é plausível você investir um pouco mais em ativos de risco, pois não é esse risco que vai te deixar relevantemente mais pobre ou mais rico. Assim como disse anteriormente os investimentos no mercado financeiro não fara com que você fique rico, ele apenas vai acelerar o seu enriquecimento e seu acumulo de patrimônio. Vale ressaltar que nesse exemplo estamos falando de um perfil moderado para sofisticado e todas as escolhas devem ser tomadas com base no seu perfil.

Oportunidades e momentos

Nesse tópico vemos as pessoas cometer os maiores erros. Aproveitar as oportunidades que o mercado pode nos oferecer, além de aproveitar momentos raros que ocorrem ou até mesmo oportunidades que as pessoas não dão muita bola, pode ser crucial para se expor de forma inteligente a ativos de risco. Hoje em dia é mais complexo achar oportunidades que ninguém está de olho devido a facilidade que temos de encontrar notícias e a analisar macroeconomia. Porém, digamos que você tenha percebido que o mercado imobiliário na China está em crise sabendo que a China é uma das maiores compradoras de Mineiro de ferro do Brasil, você tem algumas opções:

  1. Ficar de fora do mercado e montar posição em outros setores.
  2. Entrar vendido em Minério de ferrou em Vale3, para tentar surfar o resto da onda de baixa que a crise trouxe,
  3. Comprar Vale3 ou entrar comprado em minério de ferro com base em suas análises de que o mercado é cíclico, a crise vai passar e esse mercado de ferro não vendido para China pode ser vendido para outro lugar ou a crise na China venha a passar e ela volte a comprar. Você acaba correndo um risco pensado, com base em algo que você acredita.

Após analisar suas opções você realmente deseja optar pela opção 3, então entra comprado em vale3 esperando uma alta de 12%. Você acertou e a crise passou, a China abriu com muito mais força e a ação sobre 16,8% em dois dias. Agora a pergunta que fica: o que você faz?

  1. Fica no ativo esperando que no outro dia vai subir mais
  2. Vende o lucro e continua comprado
  3. Vende o capital investido e mantém o seu lucro
  4. Segue a sua estratégia vende com um lucro um pouco maior e vai para outra

São algumas dúvidas que as pessoas que investem possuem e até os maiores investidores não sabem ao certo o que ocorrera.

Você deve estar esperando eu dizer qual a alternativa correta a seguir. Como já explicado até aqui, não tem uma resposta certa. Com o tempo você cria uma habilidade e sente o “feeling” do mercado. Na maioria dos casos e se você também é um investidor iniciante o mais correto é seguir a estratégia traçada. Isso porque digamos que você decidiu manter o ativo e não vendeu quando chegou na sua meta de 12%, você pensou ‘se subiu 16,8% vai subir mais’, no outro dia o mercado abre, investidores realizam lucro e ao invés de ter um lucro de 16,8% você tem um lucro de 9,2%, e aí você se sente mal e não sabe se sai da posição ou se mantém a estratégia já quebrada.

Por isso que no mercado financeiro e de risco temos uma frase tão famosa, ‘’Investidores são eternos arrependidos’’, pois você não consegue prever o futuro. Você pode ter seguido a estratégia, saído da posição e o mercado esticou para uma alta de 22%. Mas o que sabemos é que se você não seguir a estratégia você está tomando um novo risco.

Oportunidade real

Olhando o gráfico abaixo você consegue ver perfeitamente o que estamos conversando: muitas companhias do setor de aéreo, (nesse caso é a companhia aérea Azul) caiu cerca de 85%. Nesse instante seria um bom momento para você ir dosando a mão e adquirindo um risco.

Por exemplo: ação despenca 30%/45%/50%/70%/80%, se você tem um reserva de emergência bem montada, você adquire ações de setores de risco em épocas de crise setorial ou generalizada, e vende quando chegar na sua estratégia.

Realização de lucro e estratégia em pratica:

Ação subiu 235%, mas como esperado é quase impossível você acertar o topo

Então, você colocaria a sua estratégia em pratica e se ela fosse vender com 50% de lucro, você venderia e sairia da posição. Como comentamos acima não existe o certo, “eternos arrependidos”, mas caso você fosse ganancioso pensando ‘subiu 235%, vai subir mais’, e logo após a ação tivesse uma queda de 65%. Assim você teria uma lucro aproximado de 29% contando que você tenha acertado a baixa certeira, ou seja, ao invés de garantir seus 50% ficou com cerca de 29%.

Então sempre entre com um pensamento de saída que seja se você estiver perdendo ou ganhando.

Em suma se você segue uma estratégia, tem um assessor investimentos para lhe auxiliar e te entregar informações do mercado, pode conseguir bons resultados em temporadas que as pessoas estão com medo. Sempre com o pé no chão, usando para Investimento de risco como uma parte do seu capital de oportunidade.

Pessoas que investiram em ativos de risco em suas carreiras

  1. Warren Buffett
  2. George Soros
  3. Carl Icahn
  4. Bill Ackman
  5. Paul Tudor Jones
  6. David Tepper
  7. Ray Dalio
  8. Jim Simons
  9. Stanley Druckenmiller
  10. John Paulson

Um pouco das aquisições feitas por grandes nomes

  • Warren Buffett: Embora seja conhecido por sua abordagem mais conservadora, Buffett ocasionalmente investiu em empresas em dificuldades, como a American Express durante a crise dos anos 60 e a Goldman Sachs durante a crise financeira de 2008.
  • George Soros: Ficou famoso por sua especulação bem-sucedida na desvalorização da libra esterlina em 1992, conhecida como “Black Wednesday”. Ele também esteve envolvido em várias outras operações especulativas de alto risco nos mercados cambiais e de commodities.
  • Carl Icahn: É um investidor ativista que busca influenciar a gestão de empresas em que investe. Ele investiu em várias empresas em dificuldades, como a TWA e a Blockbuster, buscando reestruturação e aumento de valor.
  • Bill Ackman: Ganhou destaque por suas apostas de alto risco em empresas, como a Herbalife e a Valeant Pharmaceuticals. Ele é conhecido por sua abordagem ativista e de grande exposição.
  • Paul Tudor Jones: É um gestor de fundos de hedge que se concentra em operações macroeconômicas, incluindo commodities e moedas. Ele fez previsões ousadas sobre mercados financeiros e macroeconomia.
  • David Tepper: Ficou conhecido por sua jogada bem-sucedida nos títulos do governo dos EUA durante a crise financeira de 2008. Ele investiu em empresas do setor financeiro em dificuldades na época.
  • Ray Dalio: Fundador da Bridgewater Associates, um dos maiores fundos de hedge do mundo, Dalio é conhecido por suas abordagens macroeconômicas e sua estratégia “All Weather”. Ele também investiu em ouro como proteção contra a inflação.
  • Jim Simons: Fundador da Renaissance Technologies, Simons é um pioneiro no uso de algoritmos e modelagem quantitativa para investir nos mercados financeiros.
  • Stanley Druckenmiller: Ficou conhecido por sua associação com George Soros e sua atuação no “rompimento” da libra esterlina em 1992. Ele também fez várias jogadas arriscadas em mercados de moedas e commodities.
  • John Paulson: Ficou famoso por seu investimento bem-sucedido nas hipotecas subprime durante a crise financeira de 2008, lucrando com a queda dos preços imobiliários.

Um pouco da estratégia usada por uma das pessoas mais conhecidas a comprar setores de ‘’risco’’

George Soros é conhecido por sua abordagem agressiva e não convencional para investir, o que muitas vezes envolve assumir riscos significativos. Ele explicou sua teoria de investimentos através do conceito de “reflexividade”, que é fundamental para sua estratégia de investimento e sua disposição em assumir riscos.

Teoria da Reflexividade:

A teoria da reflexividade de Soros é central para entender sua abordagem única de investimento. Ele argumenta que os mercados financeiros são influenciados por uma interação dinâmica entre as percepções dos participantes do mercado e os eventos reais que estão ocorrendo. Em outras palavras, as crenças e as ações dos investidores afetam os próprios fundamentos do mercado, criando um ciclo de feedback entre as expectativas e a realidade.

Soros acredita que essa interação pode levar a distorções no mercado e a momentos em que os preços dos ativos não refletem adequadamente os verdadeiros fundamentos. Ele procura identificar esses desequilíbrios e tirar proveito deles, mesmo que isso signifique assumir riscos elevados.

Aversão a Risco e Riscos Tomados:

Embora pareça contraditório, Soros não é necessariamente avesso a riscos. Sua abordagem é baseada em sua compreensão dos ciclos de reflexividade e em sua habilidade de antecipar movimentos do mercado. Ele vê riscos como oportunidades, desde que ele possa entender as interações complexas entre as crenças dos investidores e os fundamentos do mercado.

Um dos exemplos mais notáveis dos riscos tomados por Soros foi sua especulação contra a libra esterlina em 1992, mencionada anteriormente. Ao apostar contra a libra, ele estava essencialmente apostando contra a política do governo britânico de manter a taxa de câmbio da libra vinculada ao marco alemão. Essa aposta envolveu um risco significativo, pois o governo britânico estava gastando grandes quantidades de dinheiro para apoiar a libra. No entanto, Soros acreditava que a pressão vinda das forças do mercado eventualmente resultaria em um colapso da libra, levando a ganhos substanciais para ele.

Soros não evita o risco, mas procura compreendê-lo e gerenciá-lo por meio de sua abordagem reflexiva e da análise cuidadosa das dinâmicas do mercado. Sua capacidade de identificar distorções no mercado e tomar ações decisivas é o que lhe permitiu ganhar fama como um investidor ousado e bem-sucedido, apesar dos riscos associados a suas estratégias.

Fechamento

Para concluir nosso assunto gostaria de recomendar a leitura de outro artigo que fala sobre os setores mais arriscados e mais seguros da bolsa!

Lembre-se sempre que se expor ao risco depende de uma análise do seu perfil investidor e que é importante ter uma carteira diversificada, mesclando ativos com menores riscos. Para te auxiliar nesse processo de escolha de ativos de risco e diversificação de carteira, fale com um Assessor de Investimentos.