Entenda a queda das ações de construtoras de baixa renda com a revisão do FGTS no radar

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By Rui Manica

Entenda a queda das ações de construtoras de baixa renda com a revisão do FGTS no radar

As ações voltadas ao setor de consumo interno, o que inclui também construtoras de baixa renda devido a revisão do FGTS, estão registrando forte queda na sessão desta terça-feira (18). A Tenda (TEND3) teve baixa de 4,83% (R$ 5,71), Cury (CURY3) teve desvalorização de 3,59% (R$ 12,37), Plano&Plano (PLPL3) em baixa de 4,36% (R$ 6,36), MRV (MRVE3) em queda de 2,04% (R$ 7,19) e Direcional (DIRR3) com desvalorização de 3,20% (R$ 16,32). O IMOB, índice que reúne as empresas do setor imobiliário e de construção na Bolsa, caiu cerca de 1,4%.

Construtoras de baixa renda e revisão do FGTS

Além da alta dos juros futuros, uma notícia específica sobre o setor mexe com as ações das companhias. O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil agendou para quinta-feira (20) a revisão da política de correção monetária do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que está no Tribunal desde 2014.

O processo propõe mudar a taxa de juros dos cotistas do FGTS de cerca de 3%+Taxa Referencial – TR – (atual) para um índice de inflação (IPCA-E ou INPC; ainda incerto), com base no argumento de que a correção monetária pela TR seria inconstitucional. Assim, pode ser necessário que o governo aporte recursos no FGTS, ajustando a diferença nas taxas de juros (3%+TR versus Inflação) desde 1999, o que poderia ter um impacto significativo. Vale mencionar que o processo já passou pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2018, que definiu a manutenção dos níveis atuais de correção monetária.

Com a revisão do FGTS no radar, as construtoras de baixa renda estão em destaque, pois a medida pode impactar o programa Minha Casa Minha Vida e, consequentemente, afetar as ações das construtoras que atuam nesse setor. A situação merece atenção, uma vez que o programa é responsável por subsidiar imóveis para famílias de baixa renda.

Segundo estimativas, o passivo resultante de uma possível inconstitucionalidade da Taxa Referencial (TR) poderia chegar a R$ 700 bilhões. Embora essa possibilidade seja considerada improvável, as ações das construtoras de baixa renda sofreram queda significativa com a notícia.

A MRV, por exemplo, chegou a registrar queda de quase 6%, mas reduziu para 2,7% no início da tarde. Já a Direcional teve queda de 3,7%, enquanto a Tenda e Plano&Plano registraram quedas de 4,3% e 1,8%, respectivamente.

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